Um olhar de cronista sem
óculos.
Acho que essa crônica em especial, é
para os míopes, pois só eles entenderam muito bem como eu me sinto.Estava indo para a escola, quando encontrei o Yan (meu amigo) no farol, ele me perguntou o porquê eu estava sem óculos, em seguida disse que não gostava de ir para a escola com os óculos, porque a lente dele ficava escura no sol (pois tenho sensibilidade à luz).
Então ele tirou seus óculos também e começamos a ver, como alguém que é míope, enxerga o mundo sem óculos. Foi engraçado, a gente comparando o que cada um conseguia enxergar.
Quando tirei os óculos, continuei a enxergar as coisas, só que como em um filme censurado, eu enxergava tudo borrado.
Fico imaginando se as pessoas que não usam óculos,
quando colocam os meus óculos enxergam tudo borrado. Por exemplo: no Homem-Aranha
2. Quando ele volta a ter seus poderes, ele enxerga tudo borrado quando coloca
os óculos e enxerga nitidamente sem os óculos.
As vezes é bom tirar os
óculos e andar pela rua sem eles, ver as
caras das pessoas, se elas estão emborradas, ou com uma espinha gigante na cara,
ou se sua maquiagem está borrada, ou se alguém está te chamando de longe.
Para conseguir enxergar sem
os óculos, as coisas precisam estar perto, bem perto. Não adianta ser algo
grande, se estiver longe continua borrado. Se for algo grande e perto, não consigo
enxergar completamente.
Imagino, como seria andar de
carro em um mundo censurado. Pois não conseguiríamos enxergar nada de longe, poderíamos
para em qualquer lugar, não teria farol, nem placas de trânsito ou limite de
velocidade.
Acho que nenhum grande
navegador usava óculos, como eles ficavam uns três meses no mar sem ir ao
oculista? Se no meio da viagens eles precisassem aumentar o grau, como fariam?
Ficariam sem ver a Terra a Vista?
Eu acho muito difícil ficar sem
enxergar, tem que estar TUDO NÍTIDO, fico intrigada quando não consigo enxergar
algo, e é horrível perguntar:
-O que está escrito ali?
E ter que explicar para ela
onde é o ali. Ficar nessa conversa de “Onde?, qual? essa? Aquela? Aponta!”
Cheguei finalmente na
escola, coloquei meus óculos e voltei a enxergar tudo de novo.
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